Aos mestres que me ensinaram o que é certo e como agem os fortes... é muito para se aprender!

Nos primeiros anos escolares, eu encontrei bastante dificuldade em relacionar-me com pessoas que, até então, estavam fora do meu convívio social. Ir à escola era um verdadeiro "martírio", onde sentia-me desprotegida e temerosa. Contudo, durante as aulas em que a professora lia histórias para a sala, era como se eu saísse daquele local, viajando em direção a um mundo de fantasia retratada por aqueles contos, e essa experiência foi cada vez mais almejada por mim, que passei a querer frequentar o ambiente escolar, a fim de conhecer novos horizontes. Escrever, no entanto, passou a ser um grande prazer, e certamente foi solidificado graças aos meus primeiros anos escolares. Lembro-me também que aprendíamos sobre a diversidade cultural de nosso país, logo nos primeiros anos da educação infantil, principalmente no que se refere às diversidades linguísticas-regionais do nosso povo. Claro que tudo isso se dava de maneira lúdica e simples, tal qual era nossa capacidade de assimilação. As salas de aulas eram grandes, porém com muitos alunos, e os professores precisavam ser enfáticos para conquistar a atenção de todos. Acredito que a postura firme e rígida não nos afastou do gosto pelo conhecimento, pois necessitávamos de um adulto que nos direcionasse, nos protegesse. Acredito que a vida é interpretar textos: de nossos superiores, colegas, cônjuges.... a escola foi fundamental para que a leitura fosse encarada por mim, não como uma obrigação enfadonha e complicada, mas como uma forma de expressar minhas ideias, sentimentos e opiniões.