
A manhã do campo existe;
A manhã da cidade promete.
Uma faz viver; a outra faz pensar.
E eu hei sempre de sentir, como os grandes malditos,
Que mais vale pensar que viver...
Tanta inconseqüência em querer bastar-me!
Tanta consciência sarcástica das sensações justapostas!
Tanto enredo da alma com as sensações, dos pensamentos com o ar e o rio,
para dizer que me dói a vida no olfato e na consciência,
para não saber dizer, como na frase simples e ampla do Livro
de Jó,''Minha alma está cansada de minha vida!''.
Ah, quem me salvará de existir?
Não é a morte que quero, nem a vida:
É aquela outra coisa que brilha no fundo da ânsia
como um diamante possível numa cova a que se não se pode descer.
É todo o peso e toda a mágoa deste universo real
e impossível, deste céu estandarte de um exército incógnito,
destes tons que vão empalidecendo pelo ar fictício, de onde o
crescente imaginário da lua emerge numa brancura elétrica
parada, recortado a longínquo e a insensível.
É toda a falta de um Deus verdadeiro que é o cadáver
vácuo do céu alto e da alma fechada. Cárcere infinito — porque
és infinito, não se pode fugir de ti!
Não é o tédio a doençpa do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada....
Olá Vivi, obrigado pela visita ao meu "Resumo da Ópera", volte sempre !!!! Com relação a sua pergunta, publiquei um comentário lá no post, ok ?
ResponderExcluirlink: http://rafabeck.blogspot.com/2009/12/tempo-macura-dile-tempo-macura-tata-e.html
Grande beijo!
Beck